sábado, 24 de agosto de 2013

Fruto de imaginação.


 (...) e eu, nem aí (...) não passavam de ilusões, lendas ou até sonhos parcialmente tornados realidade. Eu tinha apenas 10 anos, quando caí na realidade, e porque não? Não deixam de ser seres, porque não? Isto é então, racismo.
Não aceitaremos o facto de serem "vampiros", mas quem sabe, um dia poderás vir a tornar-te num deles.
Quem sabe se isto não começou com uma simples conversa. Eu nasci assim, com os dentes bicudos, com uma aterrorizante mente, e sempre que me olhava ao espelho não via nada mais que um ser humano. Eu decidi então ir à floresta, arejar, ou encontrar o fruto da minha imaginação, mas era frustante ver os bichinhos a morrerem, era frustante ver um leão morder um veado, e porquê naquele sítio? porque é morte certa? porquê no pescoço? porque dói mais ? então, porquê? era frustante ver como não aceitam as coisas como elas são. Então eu revoltei-me. Com um punhal de pensamentos revoltossos na minha cabeça, excedi-me ao máximo, e voltei a ver o meu rosto relusente ao espelho, onde cada lágrima valia um sentimento. Abri a boca, apreciando os meus dentes bicudos e assustadores, por alguma razão era assim, eu tinha de dar inicio, ou quem sabe continuidade ao meu fruto de imaginação, eu tentei tornar-me um deles, porque aquela imagem frustante não me saia da cabeça. Eu tentei então tornar-me um deles, voltei ao meu ponto de partida , eu com uma forte tentação, caçei aquele bicho e mordi-lhe exactamente naquele sítio. Eu não estava em mim, eu não queria acreditar que tinha feito aquilo, mas alguma coisa me impedia de parar, eu estava possuída por um vulto imaginário que me prendia às tentações, e quando dei por mim, desatei a chorar , eu não queria aquilo, mas eu visto que me tornei um deles continuei. Eu estava sem rumo, só aquelas chamas na minha cabeça davam um sinal de vida. Eu estava a ser controlada, eu, não era "eu". Dei-me levar a acreditar que estava num poço infinito, que eu quis aquilo, eu criei um ser. Eu fiz um ponto no Universo. Eu vagueava por todas as zonas do mundo, descubrindo os meus dons, dado certa altura que era mais rápida, mais forte, que um ser humano. Eu lia os pensamentos das pessoas, sendo bons, e maus. Eu podia ajudar aqueles que mais precisavam, eu era fria, poderosa. 
O tempo foi passando, quando já tinha eu 30 anos "humanos" pois eu era sempre aquela, eu era aquela menina pequenina com 10 anos. Eu era uma fera, resultante de uma frustante imaginação, eu acima dos sete mares. Mas eu, voltei a ver-me ao espelho, eu chorava sangue, pela qual nunca quis. Eu tinha os dentes fortes, ainda mais do que aquilo que de última vez que tinha visto. Eu era perigosa. Eu abri os olhos, eu não era aquela pessoas que começei, eu dei por mim e fazia parte daquilo que eu mais odeava , ver aqueles bichinhos a morrerem , sendo atacados direccionalmente no pescoço. Eu nunca quis aquilo, mas tinha de aceitar o facto de ter criadouma nova era.
Eu deitei-me na cadeira, olhei fixamente no espelho e pensei: "Será uma lenda, apenas fruto da minha imaginação, ou eu tornei-me mesmo isto, um monstro?". 

(Leitores, os vampiros não são monstros, nós é que os vemos assim, eles têm um coração de amor, tanto como de pedra. Eles são como nós, simplesmente vêm as coisas de outra maneira, pois eles conseguem alcança-la.)

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